Embriologia 1 e 2
O que é Embriologia?
A embriologia é uma área da biologia que estuda o desenvolvimento embrionário dos organismos vivos, ou seja, o processo de formação do embrião a partir de uma única célula, o zigoto, que originará um novo ser vivo.
Meroblástica superficial: Ocorre em ovos centrolécitos. As células embrionárias se localizam na região superficial do ovo
A embriologia é uma área da biologia que estuda o desenvolvimento embrionário dos organismos vivos, ou seja, o processo de formação do embrião a partir de uma única célula, o zigoto, que originará um novo ser vivo.
O que a Embriologia Estuda?
A Embriologia estuda todas as fases do desenvolvimento embrionário desde a fecundação, formação do zigoto até que todos os órgãos do novo ser estejam completamente formados. Também são consideradas as etapas anteriores à gestação do embrião, uma vez que influenciam no processo.
Atualmente a embriologia é uma parte da Biologia do Desenvolvimento, e está relacionada com diversas áreas de conhecimento como a citologia, a histologia, a genética, a zoologia, entre outras. Algumas das especialidades da Embriologia são:
- Embriologia Humana: área que se dedica ao conhecimento sobre o desenvolvimento de embriões humanos, estudando as malformações e doenças congênitas. A embriologia clínica ou médica aos estudos sobre embriões em processos de reprodução assistida;
- Embriologia Comparada: é a área que se dedica a estudar o desenvolvimento embrionário de diversas espécies animais, comparativamente. É importante para os estudos evolutivos;
- Embriologia Vegetal: estuda os estágios de formação e desenvolvimento das plantas.
Embriologia Humana
Tipos de óvulos:
Oligolécito → óvulos com baixa quantidade de vitelo, dispersos homogeneamente no citoplasma da célula.
- Tipo de segmentação: holoblástica igual.
- Exemplo: equinidermos, espongiários, protocordados e mamíferos.
Heterolécito (mediolécito ou miolécito) → óvulos com muito vitelo dispersos pela célula, formando uma região distinguindo o pólo animal (com pouco vitelo, contendo o núcleo) e o pólo vegetativo (concentrada em vitelo).
- Tipo de segmentação: holoblástica desigual, formando após divisão, dois tipos de células com tamanhos diferenciados (os micrômeros e os macrômeros).
- Exemplo: moluscos, platelmintos, anelídeos, anfíbios e alguns peixes.
Telolécito (megalécito) → óvulos maiores, contendo muito vitelo disperso na célula. O núcleo fica localizado em uma região delimitada por uma cicatrícula que separa o pólo animal do vegetal.
- Tipo de segmentação: Meroblástica discoidal.
- Exemplo: répteis, aves e alguns peixes.
Centrolécito → óvulo com vitelo concentrado na região central juntamente ao núcleo. O vitelo nesse tipo de célula não se divide, porém o núcleo passa por diversas divisões com posterior migração para a periferia.
- Tipo de segmentação: Meroblástica superficial.
- Exemplo: artrópodes.
- Tipo de segmentação: holoblástica igual.
- Exemplo: equinidermos, espongiários, protocordados e mamíferos.
Heterolécito (mediolécito ou miolécito) → óvulos com muito vitelo dispersos pela célula, formando uma região distinguindo o pólo animal (com pouco vitelo, contendo o núcleo) e o pólo vegetativo (concentrada em vitelo).
- Tipo de segmentação: holoblástica desigual, formando após divisão, dois tipos de células com tamanhos diferenciados (os micrômeros e os macrômeros).
- Exemplo: moluscos, platelmintos, anelídeos, anfíbios e alguns peixes.
Telolécito (megalécito) → óvulos maiores, contendo muito vitelo disperso na célula. O núcleo fica localizado em uma região delimitada por uma cicatrícula que separa o pólo animal do vegetal.
- Tipo de segmentação: Meroblástica discoidal.
- Exemplo: répteis, aves e alguns peixes.
Centrolécito → óvulo com vitelo concentrado na região central juntamente ao núcleo. O vitelo nesse tipo de célula não se divide, porém o núcleo passa por diversas divisões com posterior migração para a periferia.
- Tipo de segmentação: Meroblástica superficial.
- Exemplo: artrópodes.
Tomando como exemplo o desenvolvimento embrionário humano, as fases do desenvolvimento do novo indivíduo são:
Gametogênese
Na gametogênese são formados os gametas a partir de células especializadas chamadas células germinativas, que passam por várias mitoses e se multiplicam. Depois elas crescem e passam pela primeira divisão meiótica, formando células-filhas com a metade dos cromossomos da célula-mãe.
Nos gametas femininos a meiose é interrompida antes de se completar, originando um ovócito secundário e um corpo polar primário bem menor.
Segmentação
Logo após a formação do zigoto iniciam as clivagens, fazendo aumentar o número de células. As divisões são rápidas e em cerca de uma semana, no estágio de blastocisto, se fixará na parede uterina para dar continuidade ao processo.
Existem dois tipos de segmentação:
Segmentação holoblástica:
Este tipo de segmentação ocorre em todo o ovo e pode ser subdividida em holoblástica igual, desigual e subigual. Normalmente ocorre em ovos isolécitos, heterolécitos e alécitos.
Holoblástica igual: Na terceira clivagem do zigoto são formados oito blastômeros de tamanhos iguais. Os mamíferos apresentam este tipo de segmentação.
Holoblástica desigual: Os oito blastômeros formados possuem tamanhos diferentes, os menores são chamados de micrômeros e os maiores de macrômeros. Anfíbios possuem este tipo de segmentação.
Holoblástica subigual: Também forma oito blastômeros diferentes, porém não há grandes diferenças no tamanho.
Segmentação meroblástica
Esta segmentação é subdividida de acordo com a diferença de distribuição de vitelo nos ovos.
Meroblástica discoidal: Ocorre em ovos telolécitos, mas apenas na região sem vitelo.
Meroblástica superficial: Ocorre em ovos centrolécitos. As células embrionárias se localizam na região superficial do ovo
Segmentação em Seres Humanos
Ocorrendo a fecundação, o ovócito secundário completa sua meiose e forma o zigoto. O desenvolvimento do zigoto ocorre ainda da tuba uterina. Os mamíferos possuem a segmentação do tipo holoblástica igual, ou seja, as células são do mesmo tamanho e o zigoto se divide completamente.
Alguns dias após a fecundação, o embrião é chamado de mórula. As células da mórula recebem um líquido proveniente do útero através dos espaços formados entre as células, que neste estágio estão unidas entre si mais frouxamente. A cavidade cheia de líquido recebe o nome de blastocela, e inicia-se o estágio de blástula. A entrada deste líquido faz com que as células se separem em duas partes: o trofoblasto, que vai dar origem à placenta, e o embrioblasto, que vai dar origem ao embrião. A estrutura formada é chamada blastocisto, que se nutre de secreções uterinas e após alguns dias fixa-se no endométrio.
A fixação do embrião na mucosa uterina recebe o nome de nidação. Após a fixação, o trofoblasto (camada externa de células) se prolifera rapidamente, dando origem a duas camadas: o citrofoblasto, camada que envolve o embrião e o sinciciotrofoblasto, massa de citoplasma com vários núcleos. O sinciciotrofoblasto auxilia na fixação e nutrição do embrião, produzindo enzimas que digerem alguns tecidos do útero, abrindo espaços para o embrião se fixar. Este processo também provoca uma vascularização da região, auxiliando na vascularização para nutris o embrião.
Após a implantação do embrião na parede do útero, inicia-se a formação dos tecidos, do saco vitelino, do celoma e da cavidade amniótica.
Gastrulação
Nessa fase aumenta não só o número de células, como o volume total do embrião. São formados os três folhetos germinativos ou folhetos embrionários (ectoderma, mesoderma e endoderma), iniciando a diferenciação celular que originará os tecidos do corpo.
O endoderma dá origem aos tecidos de revestimento do sistema digestório, respiratório e às células de glândulas de órgãos como o fígado e pâncreas.
O ectoderma origina o sistema nervoso e a epiderme.
O mesoderma origina quase todo o restante.
Durante a gastrulação há a formação da notocorda e o embrião recebe o nome de gástrula.
Em humanos, na terceira semana forma-se a linha primitiva, que é um acúmulo de células do epiblasto e sua extremidade anterior forma o nó primitivo, evidenciando um eixo cefálico-caudal. A partir das células da linha primitiva formam-se as células do mesênquima, que origina o mesoderma. O epiblasto origina o ectoderma e o hipoblasto origina o endoderma.
A notocorda começa ser formada quando algumas células do mesênquima migram na região do nó cefálico e crescendo entre o mesoderma e o ectoderma.
Na região caudal da linha primitiva forma-se a membrana cloacal, que dará origem ao ânus.
A linha primitiva degenera, porém se persistir em humanos dá origem a um tumor chamado teratoma.
Por volta da segunda semana forma-se o alantóide, que tem função na atividade respiratória e é local para armazenar urina de embriões de répteis, aves e alguns mamíferos. Em humanos está relacionado com o desenvolvimento da bexiga urinária.
Na gastrulação também temos a formação do arquêntero, que pode se chamado de intestino primitivo, e a formação do blastóporo, que é o ponto de invaginação da gastrulação.
Em alguns animais, o blastóporo dá origem à boca, e são chamados de protostômios. Quando o blastóporo dá origem ao ânus, são chamados de deuterostômios.
Organogênese
Na organogênese começam a ser formados os órgãos. Os primeiros são os órgãos do sistema nervoso originados do ectoderma, a camada mais externa. Isso ocorre por volta da terceira semana de gestação.
Apesar de termos uma enorme quantidade de células formando nossos organismos, todas elas descendem de uma única célula – o zigoto. Para formar estas células, o zigoto passará por uma série de clivagens e transformações durante o desenvolvimento embrionário. Este processo inicia-se com a formação da mórula, estrutura maciça formada por células chamadas de blastômeros.
Em seguida, há a formação de uma cavidade no interior da mórula e ela passa a ser chamada de blástula. Por sua vez, as células que formam a blástula migram e alteram a forma do embrião formando a gástrula.
Logo os folhetos embrionários que formam a gástrula começam a se diferenciar formando o tubo neural e a notocorda. Nesta fase o embrião se chama nêurula.
A partir dessa fase, cada folheto embrionário continuará sua diferenciação, formando os órgãos do nosso organismo em um processo que chamamos de organogênese. Você sabe quais órgãos derivam de cada folheto embrionário?
Embriogênese humana:
É importante salientar que a organogênese discutida aqui é aquela que ocorre nos seres humanos. Em geral, os demais mamíferos terão desenvolvimento semelhante ao nosso.
Ectoderme:
O folheto embrionário mais externo do embrião é chamado de ectoderme. Esse folheto embrionário dará origem à epiderme e seus anexos (como unhas e pelos), assim como as mucosas, sistema nervoso (afinal este deriva da placa neural, formada a partir de um achatamento na ectoderme localizada no dorso do embrião), esmalte dos dentes, hipófise, olhos, entre outros.
Mesoderme:
A mesoderme é o folheto embrionário intermediário da gástrula. A mesoderme dá origem à cavidade celomática. Sendo assim, formará três serosas 9tecidos que revestem e protegem órgãos e estruturas internas): peritônio (abdômen), pericárdio (coração) e pleura (pulmões). O folheto mesodérmico dá origem também aos músculos, tecidos conjuntivos (como o ósseo, o sanguíneo, a derme e as cartilagens), sistema cardiovascular e linfático, sistema urinário e genital, marfim dos dentes e região cortical das glândulas suprarrenais.
Endoderme:
A endoderme é o folheto embrionário mais interno da gástrula. É este folheto que forma o arquêntero – cavidade embrionária primitiva que dará origem ao sistema digestório. Dessa maneira, a endoderme forma os órgãos do sistema digestório e o seu revestimento epitelial, o sistema respiratório, glândulas como o fígado, pâncreas, timo, tireoide e paratireoides, assim como o revestimento da bexiga urinária.
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